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Como Organizar suas Finanças para Começar a Investir

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Começar a investir é um passo fundamental para garantir sua independência financeira e construir um futuro estável.

No entanto, antes de embarcar no mundo dos investimentos, é crucial organizar suas finanças pessoais. Sem uma boa base financeira, seus investimentos podem se tornar arriscados ou ineficazes.

Neste artigo, vamos mostrar os principais passos para organizar suas finanças e começar a investir de forma consciente.

1. Faça um Diagnóstico Financeiro Completo para Organizar suas Finanças

O primeiro passo para organizar suas finanças, é entender completamente sua situação financeira.

Fazer um diagnóstico significa avaliar tudo que entra e sai de seu orçamento e identificar o que pode ser ajustado.

  • Analise sua renda: Além do seu salário, considere outras fontes de renda, como freelances, alugueis, e rendimentos de investimentos já existentes.
  • Mapeie todas as despesas: Use uma planilha ou aplicativos financeiros para dividir suas despesas entre fixas (aluguel, contas de luz, água) e variáveis (supermercado, lazer).
  • Identifique gargalos: Às vezes, pequenos gastos diários, como aquele café fora de casa, podem impactar bastante no fim do mês.

Exemplo Prático:

João tem uma renda mensal de R$ 5.000. Para começar, ele listou todas as suas despesas:

  • Moradia (aluguel e contas): R$ 1.500
  • Alimentação (supermercado e refeições fora): R$ 1.000
  • Transporte (combustível e transporte público): R$ 400
  • Lazer (restaurantes, assinaturas de streaming): R$ 600
  • Despesas variáveis (roupas, academia, etc.): R$ 500
  • Outros (cartão de crédito, dívidas): R$ 600

Ao final, João percebe que gasta cerca de R$ 4.600 por mês. Isso deixa R$ 400 livres, que ele pode ajustar para aumentar suas economias.

Dica extra: Use aplicativos como Minhas Economias para centralizar suas despesas, facilitando o diagnóstico e a análise dos gastos.

Após entender seu cenário financeiro, crie um orçamento que funcione para sua realidade.

A chave aqui é garantir que você gaste menos do que ganha, gerando assim uma sobra que pode ser direcionada para investimentos.

  • Adote um método: O método 50/30/20, por exemplo, é uma maneira popular de organizar o orçamento.
    • 50% para necessidades essenciais (moradia, transporte, alimentação).
    • 30% para gastos com estilo de vida (viagens, lazer).
    • 20% para poupança e investimentos.

Exemplo Prático:

Maria tem uma renda mensal de R$ 4.000. Ela adota o método 50/30/20:

  • 50% (Necessidades): R$ 2.000 são destinados para aluguel, alimentação e transporte.
  • 30% (Desejos): R$ 1.200 são reservados para lazer, viagens, e compras pessoais.
  • 20% (Investimentos e poupança): R$ 800 são colocados diretamente em sua reserva de emergência e em seus investimentos.

Ferramentas úteis: Planilhas simples no Excel ou Google Sheets, ou até mesmo ferramentas como YNAB (You Need a Budget) podem ajudar no controle.

3. Monte sua Reserva de Emergência

crie sua reserva de emergência

A reserva de emergência é o pilar de uma vida financeira saudável.

Ela serve como um colchão para eventuais imprevistos, como perda de emprego, emergências médicas ou reparos inesperados.

A reserva de emergência é uma segurança para quem deseja organizar suas finanças sem muitas preocupações.

  • Quantia ideal: O valor recomendado é o suficiente para cobrir entre 3 a 6 meses de suas despesas fixas.
  • Onde manter?: Coloque essa reserva em investimentos de alta liquidez e baixo risco, como uma poupança ou um CDB com liquidez diária. Evite investimentos de longo prazo ou de alto risco para essa função.
  • Antes de investir, crie uma reserva para imprevistos. Esse fundo protegerá seu orçamento contra emergências, como perda de emprego ou problemas de saúde.

Exemplo Prático:

Carlos possui despesas mensais de R$ 3.000. Para garantir tranquilidade, ele decide montar uma reserva de emergência equivalente a 6 meses de despesas, ou seja, R$ 18.000.

Ele divide esse valor em metas mensais:

  • A cada mês, Carlos guarda R$ 1.500, e, em um ano, já terá sua reserva formada.

Carlos escolheu deixar a reserva em um CDB com liquidez diária, que rende mais que a poupança e permite saques a qualquer momento.

4. Quite Dívidas com Juros Altos

Se você tem dívidas com juros altos, como cartões de crédito ou cheque especial, priorize quitá-las antes de investir. Investir enquanto paga juros elevados pode ser contraproducente.

  • Renegociação: Se suas dívidas estiverem pesadas, tente renegociar com o banco para reduzir os juros ou consolidar suas dívidas em uma única com condições mais favoráveis.
  • Dívida “boa” e “ruim”: Dívidas com juros baixos e prazos mais longos, como financiamentos habitacionais, podem não ser tão prejudiciais quanto as dívidas de curto prazo e alto custo.

Dívidas com juros altos são prejudiciais ao seu orçamento e precisam ser eliminadas o mais rápido possível.

Exemplo Prático:

Ana tem uma dívida de R$ 2.000 no cartão de crédito com uma taxa de juros de 10% ao mês. Ela decide reorganizar suas finanças e pagar essa dívida o quanto antes.

Ana ajusta seu orçamento para direcionar R$ 1.000 por mês para quitar essa dívida, economizando juros e liberando recursos futuros para investir.

Ao mesmo tempo, Ana procura o banco para renegociar a taxa de juros, conseguindo reduzir os encargos e acelerar o pagamento.

5. Defina Seus Objetivos Financeiros

definindo objetivos financeiros

Antes de investir, é importante ter clareza sobre seus objetivos.

Cada objetivo terá um prazo diferente, o que impacta nas escolhas de investimento.

  • Curto prazo (1-2 anos): Para metas de curto prazo, como viagens ou compras, prefira investimentos de baixo risco e alta liquidez, como o Tesouro Selic.
  • Médio prazo (3-5 anos): Para metas como comprar um carro ou fazer uma pós-graduação, considere investimentos como CDBs de médio prazo ou fundos de renda fixa.
  • Longo prazo (mais de 5 anos): Para objetivos de longo prazo, como aposentadoria, vale diversificar com investimentos de maior risco, como ações, fundos imobiliários ou ETFs.

Para investir de maneira eficaz, defina metas de curto, médio e longo prazo, pois elas determinarão a melhor estratégia de investimento.

Exemplo Prático:

  • Curto prazo: Pedro quer juntar R$ 5.000 para uma viagem daqui a 1 ano. Ele opta por investir no Tesouro Selic, que oferece segurança e liquidez rápida, ideal para esse tipo de meta.
  • Médio prazo: Joana quer comprar um carro em 3 anos e calcula que precisará de R$ 30.000. Ela investe em CDBs de médio prazo, que oferecem boa rentabilidade e permitem resgatar o valor quando precisar.
  • Longo prazo: Marcos pensa na aposentadoria e decide investir em fundos de ações e ETFs com uma perspectiva de 15 anos. Ele assume um pouco mais de risco, mas com foco em aumentar seu patrimônio ao longo do tempo.

6. Comece Pequeno e Escolha Investimentos Seguros

Ao começar a investir, opte por investimentos mais conservadores para evitar grandes riscos no início.

Com o tempo, você pode diversificar sua carteira e aumentar a exposição a ativos mais rentáveis.

  • Tesouro Direto: Excelente para iniciantes, oferece segurança e rentabilidade previsível.
  • Fundos de Renda Fixa: São indicados para quem quer começar com pouco risco, mas obter rentabilidade maior do que a poupança.
  • CDBs e LCI/LCAs: Dependendo das condições oferecidas, esses produtos podem ter rendimentos interessantes com boa segurança.

Dica extra: Estude a renda variável para o futuro, mas comece investindo em fundos de ações ou ETFs para se familiarizar.

Exemplo Prático:

Laura tem R$ 1.000 para começar a investir. Ela decide aplicar:

  • R$ 500 no Tesouro Selic, ideal para iniciantes e com baixa volatilidade.
  • R$ 300 em um CDB de liquidez diária, para continuar acumulando de forma segura.
  • R$ 200 em um fundo de renda fixa, diversificando um pouco mais com segurança.

Ao ganhar mais confiança e conhecimento, Laura pretende começar a investir em renda variável, como ações e fundos imobiliários.

7. Automatize seus Investimentos

Como organizar suas finanças em 7 passos para começar a investir e alcançar sua independência financeira

A disciplina financeira é fundamental para o sucesso no longo prazo.

Automatizar os investimentos é uma maneira eficaz de garantir consistência.

  • Programação de transferências: Configure sua conta bancária para transferir automaticamente uma parte do seu salário para uma conta de investimento.
  • Plataformas de investimento: Corretoras como Nu Invest, XP ou BTG Pactual permitem a automatização de aportes, garantindo que o investimento seja feito todo mês sem falhas.

A automação dos seus aportes mensais ajuda você organizar suas finanças e a manter a disciplina e garantir que você sempre destine uma parte do seu dinheiro para os investimentos.

Exemplo Prático:

Lucas quer garantir que todos os meses ele invista uma parte de seu salário.

Ele define que, no dia seguinte ao pagamento, R$ 500 serão transferidos automaticamente de sua conta corrente para sua corretora de investimentos.

Assim, ele não precisa se preocupar em esquecer ou gastar esse dinheiro com outros compromissos.

Na corretora, Lucas utiliza a ferramenta de investimento automático para direcionar esses R$ 500 mensalmente para o Tesouro Direto e fundos de investimento.

Conclusão

Organizar suas finanças é o primeiro passo para se tornar um investidor consciente e alcançar seus objetivos financeiros.

Seguindo essas orientações, você estará preparado para começar a investir de forma segura e eficiente.

Através de exemplos práticos e ferramentas simples, você pode garantir que suas finanças estejam em ordem para começar a investir de forma eficiente e segura. 

O importante é dar o primeiro passo, mesmo que seja pequeno, e manter a consistência ao longo do tempo.

Lembre-se: no mundo dos investimentos, tempo e disciplina são seus maiores aliados e são fundamentais para conquistar sua liberdade financeira.

Aniele

Aniele

Aniele é formada em Administração, empreendedora e investidora desde 2018

Artigos: 25

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